Saudades coisa ruim

Jazo sobre a alma

tremula figura da saudade

quedo-me hirto sobre a imensidão

do teu vasto coração

isolado estou do tempo

na tua vastidão sozinha

cidade calma e serenada

nas chuvas miudinhas

vento frio de norte

circulo polar achado

brancas cãs despoletadas

pelo sabor das tuas mãos

beijadas

corpo aberto em cruz

... estirado

Jazo sobre a alma

que me mata de nada

cruel voz da fala entalada

quartos aos desideratos

e faustos claustros

barrocos museus em forma de cemitérios

aves negras ao meu redor

tu...

não estás!

Jazo entre a alma

nas bruscas portadas

filos calmos de um qualquer soneto

cântico negro

coração aos apertos

sobre os muros da cidade

nem a lua me chama

nem o sol me adorna

sombras são o meu destino

amigas e companhias

o teu corpo...

... do teu corpo...

tenho saudades.

Paulo Martins

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 25/03/2011
Código do texto: T2869087
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