Saudades coisa ruim
Jazo sobre a alma
tremula figura da saudade
quedo-me hirto sobre a imensidão
do teu vasto coração
isolado estou do tempo
na tua vastidão sozinha
cidade calma e serenada
nas chuvas miudinhas
vento frio de norte
circulo polar achado
brancas cãs despoletadas
pelo sabor das tuas mãos
beijadas
corpo aberto em cruz
... estirado
Jazo sobre a alma
que me mata de nada
cruel voz da fala entalada
quartos aos desideratos
e faustos claustros
barrocos museus em forma de cemitérios
aves negras ao meu redor
tu...
não estás!
Jazo entre a alma
nas bruscas portadas
filos calmos de um qualquer soneto
cântico negro
coração aos apertos
sobre os muros da cidade
nem a lua me chama
nem o sol me adorna
sombras são o meu destino
amigas e companhias
o teu corpo...
... do teu corpo...
tenho saudades.
Paulo Martins