POR TRÁS DOS MONTES

Eu, de pés descalços,
devaneio ali deitada
sobre o verde da grama,
e esqueço qualquer drama,
todos os atuais percalços,
afundando na saudade
que me traz felicidade:


O sino, tão distante,
soou (quase tangendo)
por trás dos montes
de belos arvoredos,
espalhando lembranças
de crianças se escondendo
entre os coloridos vinhedos.
E, já na linha do horizonte,
eu ouvia a suave cascata
com sua água cor de prata
ir fluindo ... vir descendo.

Eu me levanto...saio correndo,
cantando pela estreita estrada
cheia de curvas com suas giestas

quando (terminada a sesta)
o meu 'vozinho' me chama
para pisar as uvas rosadas,
doces...belas...perfumadas,
num forte tacho de madeira
e fazer a bebida sagrada
da nossa próxima festa.


Ah! Então acordo sob a amendoeira
e - novamente - eu me sinto inteira!


Silvia Regina Costa Lima
10 de março de 2011


Obs: Foto n.1 - Trás-os-Montes, Portugal.

Eu não nasci
em Portugal, mas em Sampa e também não conheço a terrinha, esta é apenas poesia do eu-lírico, oferecido a meu avô materno José Vieitas de Morais Sarmento




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Obs:  Por favor, não levem os títulos de meus poemas pois estou formatando meu primeiro livro(tomara!) e, assim, eu gostaria de preservar os nomes que crio para eles. Só este mês de março copiaram, literalmente, três dos meus títulos. Etica é respeitar as idéias alheias como queremos ser respeitados em nossos textos. Grata por compreender-me. Um beijo.
SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 21/03/2011
Reeditado em 12/01/2019
Código do texto: T2861348
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