Saudades noturnas
Nos espaços vagos de um corpo nu
como quem ouve ou vê, qual embrulho de machê
se há ou não, não sei se há ou não
mas há a alma que de cá e para lá
quem sabe não vá, talvez já
ou tardia, quem sabe a tarde do dia
ainda que nas manhãs ou em noites
me visite ao calor dos suor aos açoites
da saudade que me definha
de minha solidão enfim defina
da brincadeiras que outrora tinha
de ter onde reclinar meu juízo
tal qual desponta os dentes do siso
que “les larmes” ainda me alarme
do “tintement coeur” que corre
da “désir sans fin” que enfim
o glamour do “toujours la amour”
se pudesse te “voir” iria pra ti voar
cair em “vous genoux” ingênuo
ficaria acolhido em ti...
que saudade que nada, façamos assim:
pense em mim que eu penso em ti
ainda que nossa curta eternidade
mas que por ser tão breve
seja sempre em nossa eterna felicidade!