Saudades noturnas

Nos espaços vagos de um corpo nu

como quem ouve ou vê, qual embrulho de machê

se há ou não, não sei se há ou não

mas há a alma que de cá e para lá

quem sabe não vá, talvez já

ou tardia, quem sabe a tarde do dia

ainda que nas manhãs ou em noites

me visite ao calor dos suor aos açoites

da saudade que me definha

de minha solidão enfim defina

da brincadeiras que outrora tinha

de ter onde reclinar meu juízo

tal qual desponta os dentes do siso

que “les larmes” ainda me alarme

do “tintement coeur” que corre

da “désir sans fin” que enfim

o glamour do “toujours la amour”

se pudesse te “voir” iria pra ti voar

cair em “vous genoux” ingênuo

ficaria acolhido em ti...

que saudade que nada, façamos assim:

pense em mim que eu penso em ti

ainda que nossa curta eternidade

mas que por ser tão breve

seja sempre em nossa eterna felicidade!

Khouron de Bellville
Enviado por Khouron de Bellville em 18/03/2011
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