POBRE JOÃO!

Para o ônibus, salta cansado com a mala na mão.

Começa a andar, na incerteza, com medo de errar.

Será que vai, afinal, encontrar aqui o Tião?

Nunca veio à cidade e tem receio de não acertar.

Com a mala surrada, tão desbotada a carregar,

Olha o endereço e pensa inseguro: - Como vou chegar lá?...

Pobre João! Não devia ter vindo à cidade sozinho,

Não podia saber o que ia encontrar pelo caminho.

Com medo e assustado com tanto barulho,

Tenta assim mesmo enfrentar seu destino.

Vai caminhando bem devagar,

Pois além da mala carrega um embrulho.

Está perdido e apavorado que nem um menino,

Se pudesse voltava correndo para o seu cantinho,

Mas não poderia, o ônibus que o trouxe... onde estaria?

Desorientado esqueceu o caminho.

Atravessa a rua com toda atenção,

Mas o que adianta se nunca na vida andou numa rua, o nosso João?!...

De repente o freio de um carro é ouvido ao seu lado,

A mala surrada agora esmagada é jogada à distância,

Espalhando-se as roupas humildes no chão.

Segue tranquilo o motorista mesquinho com sua arrogância,

Nem um olhar para o pobre João!

O embrulho rasgado... estava quebrado o presente do Tião.

Caído no chão sobre a poça de sangue ficou o João,

O homem simples que veio apenas matar a saudade do querido irmão...

Julieta Bossois
Enviado por Julieta Bossois em 17/03/2011
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