POBRE JOÃO!
Para o ônibus, salta cansado com a mala na mão.
Começa a andar, na incerteza, com medo de errar.
Será que vai, afinal, encontrar aqui o Tião?
Nunca veio à cidade e tem receio de não acertar.
Com a mala surrada, tão desbotada a carregar,
Olha o endereço e pensa inseguro: - Como vou chegar lá?...
Pobre João! Não devia ter vindo à cidade sozinho,
Não podia saber o que ia encontrar pelo caminho.
Com medo e assustado com tanto barulho,
Tenta assim mesmo enfrentar seu destino.
Vai caminhando bem devagar,
Pois além da mala carrega um embrulho.
Está perdido e apavorado que nem um menino,
Se pudesse voltava correndo para o seu cantinho,
Mas não poderia, o ônibus que o trouxe... onde estaria?
Desorientado esqueceu o caminho.
Atravessa a rua com toda atenção,
Mas o que adianta se nunca na vida andou numa rua, o nosso João?!...
De repente o freio de um carro é ouvido ao seu lado,
A mala surrada agora esmagada é jogada à distância,
Espalhando-se as roupas humildes no chão.
Segue tranquilo o motorista mesquinho com sua arrogância,
Nem um olhar para o pobre João!
O embrulho rasgado... estava quebrado o presente do Tião.
Caído no chão sobre a poça de sangue ficou o João,
O homem simples que veio apenas matar a saudade do querido irmão...