Tempos Modernos

Sinto falta de quando as coisas eram mais simples. Dos tempos de infância, mais precisamente, de quando minha avó me dizia: “Pousa essa noite na casa da vovó!”. Eu adoro até hoje essa expressão pousar. Nas estruturas cognitivas eu indagava-me: mas o que pousa é borboleta. Será que eu pouso também?

Havia o cheiro de café recém passado, e no jardim, uma enorme árvore na qual meus primos e eu brincávamos. Aquela felicidade não era fingida. É nostálgico absorver o tempo nas suas linhas mais diversas, porém, no que se refere aos períodos de alegria, cabe ao bom senso fazê-lo.

Sinto falta da naturalidade dos fatos, ou seja, de quando o verbo amar era designado corretamente. Hoje a artificialidade de algumas pessoas, substancialmente de muitas mulheres, vulgariza senão deturpa a essência do amor. E a vida deveria ser feita desse elemento universal, desse elixir passional.

Ao contrário do meu texto, deveríamos conjugar os verbos na 1ª pessoa do plural, pois tudo o que fazemos levando em consideração os outros, desde que esse “tudo” seja benéfico, o destino ou a força que movimenta a vida retribui-nos. E assim, livres como a natureza e tranqüilos de consciência, nosso espírito teria paz para sobreviver ao caos, às mazelas e ao terror desses tempos modernos.

David dos Santos
Enviado por David dos Santos em 12/03/2011
Código do texto: T2844339
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