Gosto do silêncio da noite,
Do silêncio da rua,
Do lá fora distante,
De cá dentro, profundo,
De casa e do fundo do peito,
Gosto do silêncio do mundo,
Da manhã e da tarde,
Do silêncio do olhar,
Do pensamento
E da alma,
Sobretudo do silêncio da alma,
Que não grita,
Não reclama,
Que não ora,
Não chora
E nem pede.
Espera, apenas, em silêncio.
Gosto dos silêncios que o silêncio faz
E de quebrá-lo em mil sussurros,
Com uma risada despropositada,
ou com música que tudo invade.
O silêncio da folha em branco,
Marcá-lo de cores e palavras
De uns versos desnecessários...

Gosto do silêncio dessa saudade
Que fere e dói sem necessidade,
Que sempre lhe busca já sem vontade
E com vontade chama, chama, chama...
Este silêncio que nunca lhe encontra
Nem no silêncio de se revirar na cama,
Na calma absurda de lhe buscar ainda
Perdida ou distante, esvoaçante,
Esquecida, indiferente ou incapaz
De ainda ouvir os meus silêncios.
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 09/03/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2837276
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