Carnaval
 
Alegoria sem cor
Sem luz, sem valor
No ressoar da bateria
Vagueia a alma vazia
 
Serpentina lançada no ar
Sem destino, a qualquer lugar
Desenrola , envolve, enrola
Rompe-se na marola
 
Confetes esvoaçam pelos ares
Da fantasia rompem os colares
Contas e confetes rolam do regaço
Leves, vazios, se perdendo no espaço
 
Porta bandeira e mestre sala
Sem carnaval, perderam a sintonia
Não há encontro, não há gala
Sem vida a fantasia
 
O jugo é desigual, solitária é a vontade
Galanteando no sambódromo está a saudade
Descompassados, corpo, alma e coração
Talvez se reencontrem na próxima estação.