Bate a roupa em uma pedra!
Lá no “Água Grande” a caminho da roça negritas batem que batem co’a roupa na pedra. Batem e cantam modinhas da terra. Cantam e riem em riso de mofa histórias contadas, arrastadas pelo vento. Riem alto de rijo, com a roupa na pedra e põem de branco a roupa lavada. As crianças brincam e a água canta. Brincam na água felizes… Velam no capim um negrito pequenino. E os gemidos cantados das negritas lá do rio ficam mudos lá na hora do regresso… Jazem quedos no regresso para a roça.Doi,saber que ficou tanto por ver,
a mesmíssima angústia nas almas
dos nossos corpos perto e à distância.
E o preto que gritou é a dor que se não vendeu nem na hora do sol perdido nos muros da cadeia.Angola,é para sempre terra,de cheiros.