Saudade, que saudade de você!

Ali, naquela casinha escondida no meio do mato, morava uma morena bonita chamada Saudade.

Belos olhos da cor do mel, cabelos pretos como a noite, pés descalços sentiam intensamente o chão em que flutuava.

Sim, que aquela bela princesa mais parecia um anjo.

Andava pelas rendodenzas com seu cachorinho vira-lata chamado Azul.

Saudade adorava azul, ela adorava o azul do céu.

Nem parecia ser desse mundo: criatura pura que a todos iluminava.

Tinha sempre um sorriso, uma palavra amiga.

Não tinha medo de nada: matava cobra só com as mãos sem ao menos pegar no pau.

Sua alegria a tudo iluminava, como se fosse uma luz.

Mas, um dia a bela por um rapaz da cidade se apaixonou.

Ele se dizia chamar Passarinho e prometeu para ela o mundo.

A jovem apaixonada é claro acreditou e a seu grande amor se entregou.

Mas, o safado do passarinho voou para longe e nunca mais voltou.

E nada daquele amor restou além de uma gravidez inesperada.

Quando o pai da morena ficou sabendo, mandou que ela seu filho tirasse.

Mas, Saudade não teve coragem de seu filho matar.

E resolveu fugir.

Numa noite chuvosa de tempestade, Saudade pegou seu cavalo chamado trovão e partiu em disparada rumo a cidade grande.

Mas, no caminho um raio perto dela caiu, o bicho se espantou e jogou Saudade contra uma pedra.

E assim se foi a Saudade.

A bela morena que a todos iluminava se transformou numa estrela e hoje brilha no céu toda a noite.

E hoje de saudade todos choram a Saudade, bela moça que apesar de sua bondade só conheceu a maldade.

Mas, que de presente se transformou em estrela e brilha por toda a eternidade.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 04/03/2011
Código do texto: T2828722
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