"A Carta"

Naquele jardim florido há uma enorme árvore

Centenária, apreciadora dos transeuntes.
Observadora dos apressados e calados
Gigante ser que dá a sua sombra sem nada cobrar.
 
Sente ali, respire seu aroma, e...
Sentiu? Ela não lhe cobrará nem uma palavra
Mas lhe dará seu tronco para ali sentar-se
Vai escrever? Não, creio que irá ler uma linda carta.
 
Seguras uma carta endereçada ao acaso
Chegou sem remetente, mas direto ao destinatário.
Selada com um beijo de carmim
Perfumada com um aroma de rosas cor de rosa
 
Ficas olhando com elas em tuas mãos
Imagina o conteúdo, timidamente um sorriso no canto.
Olhos atentos a todos os detalhes do papel
Coloca-a em seu peito, aspira e abre o envelope.
 
Lê atentamente a cada linha ali traçada por uma pena
Observa cada traço, encontra rimas, e sorri.
Aspira novamente e num impulso a prende
Entre tuas mãos, fecha os olhos e agradece feliz!

"Esta carta está a caminho, entre a realidade e a fantasia"

Christiano Nunes

A Inversão

Essa carta em tuas mãos
Selada com saudade
Revela u'a realidade
Que aperta o coração.

Depressa o tempo vai
E não existe mais volta
Converteu-se em revolta
O retorno jamais.

Essa flor me dá alento
Árvore resistente
Nasce e morre ao relento.

Mas pra tudo há um dia
Que nossa realidade
Se torna em fantasias

Um sonetilho, que é o soneto com seis (6) sílabas poéticas cada verso


Sua interação está linda amigo Poeta, obrigada!