NO MESMO CAMINHO...
Não posso desculpar-me
por ignorar que você um dia nasceria
e me traria tanta indiferença...
as minhas cicatrizes não me alertaram...
mas deveria eu sentir que meus versos
eram apenas uma anunciação
de que você apareceria em minha vida...
e foram tantas as madrugadas,
tantas insonias que me cansavam e extasiavam...
tudo estava preparado para que quando o ar
da tua presença ardesse
ante meus olhos tão insones
deveriam abalar meus alicerces
antigos e de tantos outros amores.
Contudo,não posso perdoar-me
ao saber que eras a que surgiria
em meu caminho como um ponto final!
Final para este poeta já tão marcado
e eu seria para você o inicio...
o primeiro amor...
aquele amor tão puro e inocente
que meus versos de tanta ternura exaltaria...
que serias a eterna felicidade...não posso assim me perdoar,
deveria te esperar como a praia o mar,
o mar as estrelas...
as estrelas a noite...
(e a noite sempre foi minha companheira inseparável...)
mas as estrelas certamente já sabiam
que você surgiria...e deixaram que eu mesmo
construísse minha própria estrada,
que a cada novo amor,sempre fosse como o primeiro!
e assim mesmo meu corpo escondeu a dor
e todas as estórias que havia em minha
triste caminhada...
e tudo que sempre me cercou
era para anunciar que estavas para surgir em meu verso...
Mas as estrelas não escreveram
que eu surgiria em teu caminho,
e então...você já tem outro em teu coração...
Assim então eu apenas voltarei a seguir
o meu único e conhecido caminho...
esperando ansiosamente que nele você caminhe!