Depois da dor.
A falta de sono o leva lembranças,
Ele levanta, inquieto e com o leve tremor nas mãos,
Só um gole, mas ele não pode, só uma garrafa, mas ele não deve,
Ele fecha os olhos e começa a dançar,
Abraçado a um anjo, tão lindo,
E ao pé do ouvido ele diz:
-Que saudade meu amor.
O anjo nada responde, apenas acompanha os passos sem jeito do poeta...
Ele abre os olhos e tudo some,
A tristeza costumeira toma conta do seu coração,
É tanta saudade que a própria saudade sente falta dele,
É tanta dor que a própria dor ressente nele,
E o poeta continua o mesmo, um pouco mais velho,
Um tanto mais magro...
E sem nenhum vestígio de felicidade.