Ode
As saudades são velhas
Não entoam mais palavras
Que sejam novas,
Que soem claras
Que corram soltas
Apenas suas mãos
Encanecidas e desesperadas
Aprisionadas como o corpo
Atrás das grades
Olhares mansos
Voz sem domínio
Andando pelos corredores
Na cantilena de um nome vago.
As saudades são bandeiras
Que voam livres
Como extensão do corpo
Açoitado e frio
Recolhido em si mesmo
Andrajo do que sobrou
Antes...flor.
As saudades se ajoelham
Cansadas
Frágeis
Céleres tesouros
De riqueza nenhuma.
São moedas
Minhas
De valor incerto
Defasadas
Envolvidas em panos rotos
Invisíveis, irreconhecíveis, inertes e inalcançáveis
As saudades são provas vivas.
LLima