Ode

As saudades são velhas

Não entoam mais palavras

Que sejam novas,

Que soem claras

Que corram soltas

Apenas suas mãos

Encanecidas e desesperadas

Aprisionadas como o corpo

Atrás das grades

Olhares mansos

Voz sem domínio

Andando pelos corredores

Na cantilena de um nome vago.

As saudades são bandeiras

Que voam livres

Como extensão do corpo

Açoitado e frio

Recolhido em si mesmo

Andrajo do que sobrou

Antes...flor.

As saudades se ajoelham

Cansadas

Frágeis

Céleres tesouros

De riqueza nenhuma.

São moedas

Minhas

De valor incerto

Defasadas

Envolvidas em panos rotos

Invisíveis, irreconhecíveis, inertes e inalcançáveis

As saudades são provas vivas.

LLima

Luciene Lima
Enviado por Luciene Lima em 04/11/2006
Código do texto: T282358