LONGA ESPERA
Quantos anos fiquei a tua espera,
qual sonhador que o amor maior proclama...
No meu jardim jamais brotou a primavera,
e na jornada alucinada do destino,
nada mais fui do que errante peregrino,
na vil estrada recoberta pela lama!
Tu!alma busquei por longos anos...
Pelas cidades, pelos campos, pelas ruas!
Achei amores... Fáceis, profanos...
Nada mais que ilusões, fantasias...
São romances que nascem e morrem em poucos dias
e deixam a alma prenhe de esperanças nuas!
Mas o sonho se tornou realidade...
E qual miragem do espaço sideral,
a rebrilhar com celeste intensidade,
vi encarnada numa estampa perenal,
todo o esplendor de tu!alma angelical...
Mas agora tudo é passado,
um passado triste a relembrar
e a fazer chorar...
Ah! Poeta louco que de dor padece,
que clama a Deus em reverente prece,
e ao mesmo tempo olha o céu a gargalhar!