Saudade...
Saudade...
Sinto saudades daquilo que eu nunca vivenciei.
Sinto saudades dos abraços e beijos no qual eu nunca alcancei.
Sinto saudades das noites perdidas e dos altos papos que nunca chegaram a nada...
Sinto saudade do nada, pois o nada me fazia sonhar...
Sinto saudades do calor do seu corpo, da brisa que batida em nossos rostos. Sinto saudades da brisa que batia em minha mente.
Sinto saudades do vento que batia ao meu peito, refrescava à minha carne e acalmava à minha mente.
Mas, num deserto em que vivencio agora, o que só sobra, é a seca e invade minha alma.
E o que sobra então? Um pudor líquido sob um sol que resseca
E, ao mesmo tempo, congela.
Sinto saudade da sensibilidade...
Do tempo em que a carne me dizia sobre dor.
Do tempo em que a pele queimava ou rasgava.
Do tempo em que os olhos pareciam viver.
Enfim... Sinto saudades de chorar
Por qualquer motivo. Pois motivos não se questionam.
Motivos são sempre reais e são sempre relevantes.
Mas numa jaula em que vivo agora, o que sobra.
Além de resquícios e mágoas?
Saudade...
Renato F.Marques.