PINTEX
Há trinta e sete anos contente, trabalhava.
Como desenhista nesta empresa de publicidade
Divertia muito, mas o salário que eu ganhava.
Era pouco, no entanto ali eu tinha felicidade.
Não existia computador para dar um jeitinho
Tinha que ser artista para trabalhar neste lugar
Certa vez trouxeram-me um pão bem quentinho
E pediram para desenhar antes de ele esfriar
Trabalhava com vários produtos ao vivo e a cores
Como aquele pão que foi rapidamente fatiado
Conheci dois artistas que foram meus professores
Um pintor da Rússia e outro da Estónia, renomados.
Viktor, para ele na Rússia todos tiravam o chapéu
E o Ari, os estonianos dele tinham muito orgulho
Ajudaram-me na terra e hoje me ajudam do céu
Neste passado feliz de cabeça hoje eu mergulho
O Sr. Máximo era o nosso contato com os clientes
Graças ao seu esforço ele garantia o nosso salário
Sempre de terno e gravata, guardo-o na mente
Fazia jus ao nome, este ser humano extraordinário
O dono da empresa era o saudoso “seu Vicente”
Tinha um grande coração que não cabia no peito
Como se fossemos seus filhos, ele tratava a gente
Em troca recebia dos colaboradores muito respeito
Pintex era o nome deste lugar encantado e mágico
Ali deixei muitos amigos que eram como irmãos
Esta grande empresa não merece um fim trágico
Peço a Deus que sobre ela estenda as Suas mãos