SAUDADE ESPERTA

(Sócrates Di Lima)

Sinto uma saudade esperta,

Que chega sem hora certa,

Um sino de alerta,

Na alma deste poeta.

Uma saudade atlética,

Que puxa, encolhe e estica,

Tem uma dose poética,

Toma o coração e fica.

Saudade da " gota serena",

Saudade " porreta",

Nem um pouco amena,

Quando chega, chega de carreta.

Chega de montão,

Vai descarregando uma a uma,

Até encher o coração,

Não deixando vaga alguma.

É a saudade de Basilissa,

Saudade de Maria,

Saudade da Nêga que me enfeitiça,

Saudade de minha " véia" , doce poesia.

Sinto uma saudade esperta,

Saudade do amor intensamente gostoso,

Que me enlaça e me aperta,

Deixando-me manhoso.

É a saudade de todo dia,

Que chega logo de manhãzinha,

E ai, se estica como a alegria,

Como o vôo de uma avezinha.

Nosso amor eternizado,

Na canção e no desejo,

Na distância do bem amado,

A intrépida vontade do beijo.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 17/02/2011
Código do texto: T2797958
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