Quando num canto do céu
O sol desapareceu enfim
Num outro canto a lua apareceu
Um mesmo céu, diferentes brilhos
Foi quando a poesia acendeu
Pondo sempre um sol, uma lua
E todas as estrelas em mim

E quando a lua enfim se foi
E num canto do céu o sol reapareceu
Carregando o brilho das estrelas
Luz atrás de luz escondida
Foi quando a poesia esqueceu
Qual luz das palavras brilhou
E se fez noite e calou em mim

E assim, um tanto assim
No ir e vir do sol
Da lua e das estrelas
No devir da luz interposta
A palavra posta num céu de silêncios
Um olhar que sempre se acende
Num sonho que se já se apaga
É sempre poesia a brilhar em mim

Quero luz!
E sua sombra a pairar em mim
Agarro-me ao que já se apaga
Preso à poesia que nunca se cala

Porque não sei, não sei
Não sei mais de você
E você é sol, lua e estrelas
Você é minha noite, meu dia
Palavra marcada de silêncio
O ir e o vir, meu único devir
E toda a poesia a gritar em mim

 
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 14/02/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2790765
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