ALMA FEMININA
Sou um melodrama,
preciso realizar,
bater o pé,
teimar,
externar, fazer causa,
intensificar.
Se amor, exprimir sem barreiras,
quebro todas...
Se é a dor, aos gritos,
quanto mais alto, menos dor,
menos aflita ...
Se calor, a febre é suficiente,
transbordante, transitória,
em mente.
Tenho uma alegria sem fim,
que me eleva e me exalta,
às vezes sonho acordada...
percebo o que me acontece,
quando meu corpo estremece.
Ao chorar,
sei onde me esconder,
no escuro mesmo...
daquele quarto sem espelho, sem medo
sem seu colo, abraço meu companheiro,
meu travesseiro de menina ...
Enxugo as lágrimas escondida,
ali mesmo, naquele quarto segredo.
Não quero que me veja triste,
não quero que me repreenda,
não quero desculpas,
muito menos ... pena,
nem mais nem menos,
ou qualquer coisa assim.
Venha a mim,
com o tudo, com o nada.
Mas venha com o corpo, a alma,
e a minha falta de você.
Autor: José Maria Pessanha/Aprendiz das Letras – 12/11/2010