Imagino você voltar
E toda volta é nascer de novo
Preparo a rua, acendo a lua
Ensaio os ventos, afugento a chuva
Acendo um sentimento aqui dentro
Imagino não voltar nunca
E toda a partida é morrer cada vez
A rua deserta, noite sem luz
Vendavais revoltos e chove
Apago um sentimento aqui dentro
Prefiro não imaginar o medo
Sentiremos saudades do passado
E sobre o futuro nada diremos
É bem provável que nada faremos
E possivelmente nem saberemos
O medo do medo que temos
Que foi que fizemos?
Do muito que fomos
O medo de ser bem menos...
Ensaio com esmero este silêncio
Apago meus passos dos caminhos
Disfarço toda a dor, por amor
Por amor disfarço a lágrima
E escondo o grito preso na garganta
Por amor me desfaço inteiro
E me torno incógnita do verdadeiro
A verdade talhada na dura pedra
Também se desfaz aos poucos em pó
Como se tudo tivesse sido há muito tempo
Num tempo que ainda nem era tempo
E que não é mais no que teria sido
Se ainda tivéssemos tempo
Eu quero você agora
Mas o momento espatifa-se em voo
Contra a janela de algum destino
E se espalha com os estilhaços
De eu ter quebrado todos os espelhos
Nos quais eu não mais me via, não via
Como talvez você me imaginaria
Prelúdio primeiro do fim
A poesia morre em mim
Esfacela o que resta de beleza
Na incerteza desse olhar preso
No oco de todas as certezas
Brumas de poucas lembranças
Ventania do que esquecemos
Vou deixar esse vendaval me levar
E não ver talvez a poesia morrer
Bem antes que possamos esquecer
Imagino nada dizer
Deixar a palavra engasgar
E me fartar dela me sufocar
E trazer apenas o olhar
E as mãos despreparadas
E em nada me agarrar
Imagino só lhe ver
Uma vez mais e depois
Talvez nunca mais
Imagino só olhar você
Toda a beleza que quero ver
E se eu me for, quando for
Única lembrança que vou levar
Imagino não esquecer
Não perder o último olhar
Prelúdio do que não vou mais ver
E toda volta é nascer de novo
Preparo a rua, acendo a lua
Ensaio os ventos, afugento a chuva
Acendo um sentimento aqui dentro
Imagino não voltar nunca
E toda a partida é morrer cada vez
A rua deserta, noite sem luz
Vendavais revoltos e chove
Apago um sentimento aqui dentro
Prefiro não imaginar o medo
Sentiremos saudades do passado
E sobre o futuro nada diremos
É bem provável que nada faremos
E possivelmente nem saberemos
O medo do medo que temos
Que foi que fizemos?
Do muito que fomos
O medo de ser bem menos...
Ensaio com esmero este silêncio
Apago meus passos dos caminhos
Disfarço toda a dor, por amor
Por amor disfarço a lágrima
E escondo o grito preso na garganta
Por amor me desfaço inteiro
E me torno incógnita do verdadeiro
A verdade talhada na dura pedra
Também se desfaz aos poucos em pó
Como se tudo tivesse sido há muito tempo
Num tempo que ainda nem era tempo
E que não é mais no que teria sido
Se ainda tivéssemos tempo
Eu quero você agora
Mas o momento espatifa-se em voo
Contra a janela de algum destino
E se espalha com os estilhaços
De eu ter quebrado todos os espelhos
Nos quais eu não mais me via, não via
Como talvez você me imaginaria
Prelúdio primeiro do fim
A poesia morre em mim
Esfacela o que resta de beleza
Na incerteza desse olhar preso
No oco de todas as certezas
Brumas de poucas lembranças
Ventania do que esquecemos
Vou deixar esse vendaval me levar
E não ver talvez a poesia morrer
Bem antes que possamos esquecer
Imagino nada dizer
Deixar a palavra engasgar
E me fartar dela me sufocar
E trazer apenas o olhar
E as mãos despreparadas
E em nada me agarrar
Imagino só lhe ver
Uma vez mais e depois
Talvez nunca mais
Imagino só olhar você
Toda a beleza que quero ver
E se eu me for, quando for
Única lembrança que vou levar
Imagino não esquecer
Não perder o último olhar
Prelúdio do que não vou mais ver