Pensei um poema para você
Que não escrevo, eu não me atrevo
Eu me entrevo no profundo silêncio
Eu me calo na infinda escuridão
Qualquer luz me fere e ofusca
Entre brilhar ou não, sou penumbra.

Eu pensei que um poema fosse você
E faltou dizer a palavra mais certa
A mais oportuna, a mais precisa
E de todas a mais necessária
Aquela que exala o doce perfume
E que purifica, lava e redime
Todos os equívocos do amor.

Tinha música o poema
E a beleza de um sol que nasce
A noite caiu e o poema se foi
E teima tanto em não mais voltar
Leva seu nome
(e eu nem sei mais gritar!)
Leva seu rosto, seu sorriso
Leva toda a luz de seus olhos
Para onde não posso mais olhar
Leva seu corpo para bem distante
E para tão distante qualquer visão
Qualquer emoção e o sentimento
E me deixa aqui quieto, estático
No silêncio de uma tola hesitação
Na ação que para o tempo a tempo
E na emoção sem tempo que vacila.

Sem você nada em mim vê
E me alimento das não cores
E me desoriento nessa cegueira
Nada mais que renasça
Desce do céu feito graça
Nada mais que possa ser vida
Minha vida, onde está você?

Onde lhe procurar? Ou lhe perder?
E como esquecer a vida toda que tive
E que só foi por ser somente com você?
Talvez isso seja morrer...
Como deixar de lembrar e de viver
tudo o que foi, tudo o que é
e tudo o que sempre será você?
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 29/01/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2760054
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