DE VOLTA AO PASSADO

Pela estrada da memória

Estou de volta ao passado

Revendo o mundo encantado

Do meu tempo de criança.

Não vou fugir do presente

Mas essa vida inocente

Enche meu ser d’esperança!

Pela estrada da memória

Estou de volta ao passado

Por onde tenho encontrado

O Pilar todo pujança,

Muito gado, agricultura,

Colhendo fruta madura,

Que do povo, enchia a pança!

Pela estrada da memória

Estou de volta ao passado

Vejo-me todo suado

Chutando bola de meia

No meio da meninada,

Naquela terra sagrada

Chamada de Chã de Areia!

Pela estrada da memória

Estou de volta ao passado

Vejo Seu Julho enfeitado

Com seu “cavalo-marinho”,

Dançando todo sapeca

Ou tocando uma rebeca

Sentado no seu banquinho!

Pela estrada da memória

Estou de volta ao passado

Onde estudo, dedicado,

A Cartilha do ABC

E também a Tabuada

Com medo duma reguada

De Dona Antônia Tonê!

Pela estrada da memória

Estou de volta ao passado

Vejo meu pai no roçado

Plantando milho e feijão.

Com a camisa molhada

Nos pingos da invernada

Com grande satisfação!

Pela estrada da memória

Estou de volta ao passado

Escuto agora, sentado,

Meu avô contar estória

De Camões e Malazarte.

Sim, meu avô sabia a arte

De contar muita estória!

Viajávamos por planetas

Sem si quer sair do chão,

Segurávamos em cometas

Sem si quer queimar a mão!

O meu mundo era encantado,

Minha infância, uma glória...

Pela estrada da memória

Estou de volta ao passado!