Encontros

As águas doces se vão,

em sua minuciosidade

levam partes de mim

partes,

que não conhecem o todo,

que se desconhecem,

Partes insignificantes

partes que se revelam

logo se relevam,

Faz-se no céu

o alongar dos dias

como um pincel de luz,

que atravessa o infinito,

dimensões impenetráveis

que mal decifram-se,

E em solitária noite

Só a teus olhos lembro,

somente a eles me atenho

Era o universo,

o oceano íntimo

que me convidava

a navegar,

e minha mão buscava

o desconhecido

sem fala, nem rumor

Desconhecia-me

ao avançar em ruidosas

águas do pélago

Que era como

as sombras que em teu seio

não encobriam

frágeis medos,

Bem em mim,

o destino pulsava,

nefasto incômodo

horas delicioso alívio,

pra teus cabelos,

tocar,

tua pele

sentir,

emergir

E em dolente

madrugada,

pensava em minha

hodierna saga

de chegar aos confins

do mar

Seguindo as pegadas

dos anjos

entre as estrelas,

sem me perder

sem me indagar,

E as respostas que preciso,

miraculosas, teus lábios

guardam,

quando levanto os olhos,

vem eles ao meu encontro

sorriem,

instigam,

afagam,

conhecem a receita

do meu doce apetite!

Márcio Diniz
Enviado por Márcio Diniz em 21/01/2011
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