No nosso tempo

Vi-te no meu sonho com aquela mesma feição
dos nossos dias,
Nem menos, nem mais...

Estavas:
com aquele mesmo olhar
de quando sorrias para mim,

Com aqueles mesmos lábios
que excitavam meus desejos
e alimentavam a minha paixão,

Com aquele mesmo andar
insinuante e manhoso,

Com aquelas mesmas mãos
e suas delicadezas
que, ao me tocarem,
deixavam-me num céu,

Com aqueles mesmos cabelos
A esvoaçar como sirgos ao vento,
Com aquele mesmo abraço divino,
fascinante, gostoso,

Com aquele mesmo beijo
que me deixava em hipnose,
Com aquele mesmo choro
que doía no meu coração,

Com aquele mesmo sorriso
que alegrava minha alma,
Com aquela mesma voz e aquele mesmo olhar
Que me faziam pensar:
Meu Deus! De onde veio tanta beleza!

A soma de tudo isso fez de ti
o meu grande amor!

Mas, hoje tudo está nos tentáculos do passado
Que, insaciável, fica com tudo...
Ainda bem, que as lembranças boas
que trazem frustrações,
Sempre se transformam em saudade.

Tarcísio Ribeiro Costa
Tarcísio Ribeiro Costa
Enviado por Tarcísio Ribeiro Costa em 19/01/2011
Reeditado em 25/01/2011
Código do texto: T2739541