CÁLICE
Provei do teu veneno, o amor que me deste,
você não me avisou que eu sofreria assim,
e que faço eu agora com meu coração ferido?
Eu não queria te amar, estava distraido,
fui deixando seu universo tomar conta de mim!...
Uma estrela refletiu o seu brilho sonolento,
e a lua cheia que sua prata derrramava,
marcou a noite desse raro acontecimento,
e eu nunca mais vou esquecer do momento,
em que sua voz, incrédulo, eu escutava!...
Entornei o cálice do embevecimento juvenil,
e um calor adentrou meu corpo que tremia,
e doravante, cada dia eu mais te amava,
o nosso mundo era tudo que me importava,
mas o fim se aproximava e eu não via!...
Limpei a boca do veneno que escorria,
e nos olhos uma lágrima rolou,
uma dor pelo meu peito passeava,
e tudo que agora eu mais precisava,
era ter o amor que você me revelou!...
A vida não acabou e sei, não acabará,
mas podia muito bem ter acabado,
eu bebi demais de ti, fui imprudente,
você se foi, me deixou assim, mais que doente,
e com tudo isso, ainda quero ter você ao meu lado!