POHEMA

"À MEMÓRIA DE MEU PAI HERMES"

Nasci sem asas,

Enquanto outro que nasceu sem os pés

Entrou em acordo comigo.

Eu podia voar em sua companhia,

Ele seguia os meus passos...

E,juntos,da parte do senhor,

Abrimos caminhos de luzes e sombras.

Eu era nove,

Ele,menos vezes nove,

Quando um anjo apareceu-nos

E ficou peplexo diante de nosso complemento!

Rasgou-se o firmamento

Através de mil olhos nos espiando,

E o anjo,que veio de um sol denso,

Reclamou as asas sobressalentes.

O céu desceu sua viseira cinza,

Então eu calcei meus sapatos de silêncio

E comecei a entoar uma canção triste...triste.

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 24/10/2006
Reeditado em 14/08/2009
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