Saudade da tua poesia...
Escrevo por linhas tortas
O que o meu coração me diz
Sentimentos jogados no tempo
Amores perdidos para a história
Sonho com melhor sorte
E que a dor da tua ausência
Não me leve à demência
A perder de vez a consciência
E no meio, um turbilhão de emoções
Que quase fazem minha alma parar
Dentro de mim... A poesia...
Escrita sentida, com sentidos em alerta
Vou de roldão a essa tua explosão
Por vezes em inércia que até acalma
Noutras fortes e dolorosas nostalgias
Mergulhado aos teus chamados
Choro, rio, desespero e renasço
Em cada linha, em cada frase, em cada palavra
Jogo-me aos tubarões...
Entro num mundo de ilusões
Ao ver esse transe de estardalhaços
Sinto meu ser despedaçado
E sonho estar ao teu lado abraçado
Para saciar de vez este cansaço
Penetro bem fundo na fantasia
E deixo-me levar pela imaginação.
Escrevo sobre o amor... O amor...
Lá estou e me encontro solitário
Pagando o preço alto do calvário
Sabendo que só o amor irá ressuscitar
Esse estado de alma que morre antes de nascer
Que transforma-me por dentro
Que me mata os pensamentos
E sinto uma vontade incontida
De te acariciar de forma desmedida
Com a delicadeza dos meus sentimentos
Deixando-me despida de mim...
Escrevo à dor... Tentando acalmar estes meus fantasmas
Estes meus medos e inseguranças
Quero cobrir-te a nudez com meus beijos
Ouvindo o que diz a tua dor sentida
E nela fazer brotar um jardim de esperanças
Afasto-os nas letras de cada palavra
Nos mundos que crio e que mato...
Para no fim... Ser apenas poesia...
Ali na beleza que nasce da tua lavra
Quero segurar as tuas palavras
E nelas abrigar e dançar com tua alma
Que escrevo como o coração me dita
E alma me ensina...
Absorvo com emoção as tuas chagas
E me disponho a vencer contigo essa sina.
Dueto: Catarina Camacho e Hildebrando Menezes