Flor
Aduba meu coração.
...brota uma saudade...
Faz chover meus olhos,
E primaveris são minhas horas paradas.
A semente não se sabe de onde veio.
Nem mesmo as cores de céu de finzinho de tarde.
Mas está ali, cada pétala sussurrando pra mim:
“bem-me-que, mal-me-quer...” nem me quer mais.
Não sei se é rosa, roda, se é samba ou se é dor.
Não sei se é o trovão, o tamborim ou meu coração
Quando a vejo ali, desabrochada como o sol do meio dia.
Queria ser eu uma abelha tímida,
Ou um ousado beija-flor.
Um homem sem pudor poderia,
Arrancando-a pela raiz e consolando com um beijo aguado.
De onde veio aquela flor?
Da primavera que já passou
Ou de um novo amor? Não me interessa!
Só sei que ela aduba meu coração...
Faz brotar saudade,
Chover meus olhos.
Primaveris são minhas poucas horas de vida
Porque aquela flor me mata...
Lentamente,
(pouco a pouco)
De uma embriagues sem fim.