DAS TUAS SAUDADES / AO CÉSAR, NO SEU ANIVERSÁRIO
Vou sentir muita saudade,
assim como um barco
que, por ondas bravias,
foge do porto,
para não machucar seu casco.
E assim dói...
Pois ele precisa do seu destino
para dar sentido à sua vida.
E assim vai-se o olhar das lembranças
que precisa da visão do objeto,
para não fugir de esquecer...
E como é triste o esquecimento!
Dói como uma chaga
que nunca cicatriza
e o tempo só corrói-a
até não ter meia cura.
E o tempo passa
e morre a lembrança!