Ausência
A sala silente,
A quietude da mobília,
O quarto arrumado
Em seus mínimos detalhes...
A porta aberta ao vento,
Uma lágrima a escorrer
Pela face de quem sofre,
A separação indesejada.
Na boca, a contração de dor
E o ego em carne viva...
O desespero contido,
Retido na alma...
Só o vento
A cortar dilacerante
O silêncio ruidoso
Que vai no âmago...
O olhar perdido no horizonte,
Ainda incrédulo...
E a casa continua sem vida,
A sala silente,
A quietude da mobília,
O quarto arrumado...
(Danclads Lins de Andrade).