CRUEL REALIDADE


O matiz de tantas flores
Onde quer que elas estejam
Exalam perfume e cores
E a primavera festeja.
Enquanto eu, simplesmente
Percorro imenso vazio
A procurar tão somente
Me abrigar desse frio

Mas enquanto busco em vão
Abraços na escalada
Cada vez mais solidão
É que encontro na estrada.
Quantas vezes de repente
Alguns braços me abraçaram
Mas confesso tristemente
Que só lembranças restaram.

Lembranças de alguns momentos
Tão raros quanto inconstantes
Que levados pelo vento
Tornaram-se mais distantes.
Uma distância tão imensa
Que só semeia saudades
Desilusão e descrença
E uma cruel realidade.


Brasília, 17/12/2010