Poeta Drummond
Querido poeta Drummond,
Que falta a gente sente
Da partida inesperada...
Mineiro, calado, simples,
Encantas com tua poesia
A magia das palavras
O real do cotidiano...
Entre os teus poemas,
Retratados com beleza
Talvez em nenhum esteja
A tua simplicidade,
Teu jeito lindo de ser...
Foste mito.
Porém a glória em vida,
Não te roubou a razão.
Continuava trilhando
Calado, o teu espaço
No mundo.
Nunca deixaste levar
A pureza, simplicidade
Do “menino de Itabira”,
Que um dia viu o “Cometa”...
Criaste tão raras obras
Todas elas sem alardes,
Se bem que no fundo sabias
Do carinho desta gente,
Por tua inspiração...
Segundo teu parecer
Tudo acaba com a morte.
Porém para nós é o início,
Privados de teu saber...
Amargura, solidão.
Por vezes tu falavas,
Que os poemas de que mais
Gostavas eram exatamente aqueles
Que retratavam a todos
O lado amargo da vida,
O lado real da gente...
Descanse em paz, menino
Drummond.
E, mesmo não aceitando
Prêmios e condecorações,
Hoje nós te aclamamos
“Poeta dos Corações”,
Encomendamos aos céus
Mais um Prêmio Nobel.
( Do Livro Diagnóstico )