Poeta Drummond

Querido poeta Drummond,

Que falta a gente sente

Da partida inesperada...

Mineiro, calado, simples,

Encantas com tua poesia

A magia das palavras

O real do cotidiano...

Entre os teus poemas,

Retratados com beleza

Talvez em nenhum esteja

A tua simplicidade,

Teu jeito lindo de ser...

Foste mito.

Porém a glória em vida,

Não te roubou a razão.

Continuava trilhando

Calado, o teu espaço

No mundo.

Nunca deixaste levar

A pureza, simplicidade

Do “menino de Itabira”,

Que um dia viu o “Cometa”...

Criaste tão raras obras

Todas elas sem alardes,

Se bem que no fundo sabias

Do carinho desta gente,

Por tua inspiração...

Segundo teu parecer

Tudo acaba com a morte.

Porém para nós é o início,

Privados de teu saber...

Amargura, solidão.

Por vezes tu falavas,

Que os poemas de que mais

Gostavas eram exatamente aqueles

Que retratavam a todos

O lado amargo da vida,

O lado real da gente...

Descanse em paz, menino

Drummond.

E, mesmo não aceitando

Prêmios e condecorações,

Hoje nós te aclamamos

“Poeta dos Corações”,

Encomendamos aos céus

Mais um Prêmio Nobel.

( Do Livro Diagnóstico )

Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 15/12/2010
Reeditado em 15/12/2010
Código do texto: T2673180
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