Insanas saudades...
Ouvi o sibilar das cigarras
Invejei seu cio...
Vi os casais enamorados
Suguei os beijos de suas bocas
Pensei em ti, desejei teus lábios
Não encontrei...
Havia em mim apenas áridos vazios
Senti-me só, vazia... oca,
A Lua ignorou-me...
E indiferente à minha tristeza
Esbanjou sua luz,
À minha dor, tão alheia...
Se fez Cheia...
Cheia de si, cheia de amor,
Cheia de esplendor
E, eu... eu fiquei louca...
Saí a vagar pelas ruas
Sem luzes...
Em meus pensares escuros, toscos
Feito a Lua, fiquei nua...
Espelhei minha nudez
Num pensamento torpe
E num reflexo, sem nexo
Desconexo de qualquer lucidez...
Eu te amei e, apaixonadamente,
Entreguei-me sem escrúpulos
Aos braços da saudade,
Que em minh’alma inda restou...