PALAVRAS E SILÊNCIO
(Sócrates Di Lima)
  
O quanto dizem as palavras,
Quando o silêncio as emudece.,
E o quanto diz o silêncio,
Quando as palavras se calam.
 
Palavras mudas,
É o silêncio surdo.,
Se um fala o outro se cala,
Enquanto um cala o outro grita.
 
São minhas palavras,
Caladas ou mal escritas,
Faz o meu silêncio,
Enquanto meu coração se agita.
 
Sem rimas...
Sem pontos e vírgulas,
Sem exclamações e interrogações,
Em reticências, palavras e silêncio se encontram.
 
E na vasta escrita desse meu silêncio,
Borbulhas de saudade se soltam por querer,
Como bolhas de sabão se perdem,
Na imensidão do meu desejo de escrever.
 
Basilissa, são as palavras que dizem tudo,
E caladas, nada pronunciam.,
Como o meu silêncio que grita,
Sem se expor em palavras tantas.
 
É só olhar para os meus olhos tristes,
Silenciosos dizem o que o coração falou.,
E nos meus lábios mímicos,
Falam o que minha voz silenciou.
 
E para que as rimas,
Se as palavras não tem rumos.,
E o silêncio sem ramas,
Não vai além da minha própria esquina.
 
Chacina das minhas palavras,
Que nos gritos do silêncio minhas vozes escutam,
Saudades de Basilissa presas, mudas, escravas....
Postas sem palavras nas palmas das minhas mãos.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 29/11/2010
Reeditado em 03/12/2010
Código do texto: T2643413
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