Noturno

Minha lua amada,

Amada lua!

Por que te esquivas, indiferente,

Ao passar na minha rua?

Onde está o teu luar tão meigo

A me cobrir de afeto

O coração magoado?

Vem com tuas mãos de arminho

Enxugar-me o pranto,

Envolver-me com o perfume

De teu véu macio.

Na solidão desta noite,

Esquecida...

Um frio lancinante

Me enrijece a alma.

O aconchego sutil do teu abraço

Me alenta...

Me acalma!

Ó lua amada!

Amada lua!

Desprende um raio

Mágico do teu luar,

Com a rapidez

De um torpedo celular.

Envia, com carinho,

A um lugar distante...

Deus! Como está distante!

Para que abra as portas

De um coração amante...

Que, no silêncio,

Veio se encerrar.

***

Fortaleza, 25/ 11/ 2010.

Maria de Jesus
Enviado por Maria de Jesus em 26/11/2010
Código do texto: T2638568
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