VIVENDO E ESCREVENDO
Peguei num lápis muito pequena ainda,
Comecei a fazer frases,
A gostar de Linguagem,
E adentrei caminho a fora
No brincar de escrever,
Olhava uma flor, desenhava na mente,
Escrevia o que o coração sentia,
Falava tudo que uma flor pode despertar
Numa criança, e na esperança
Que minhas frases tivessem raízes,
Fui rabiscando em muitos cadernos
As alegrias, o que deixava cicatrizes...
Logo cedo me tornei amiga de lápis,
cadernos, canetas e borrachas,
Mas não gostava de apagar nada,
Não gostava de corrigir o que escrevia,
Tudo era sempre tão sincero que eu
Tinha medo que uma vírgula mudasse
O sentido do que eu tinha escrito.
Ah! Tempo bom que é tempo de menina,
Tudo era motivo pra rima,
Era boneca com peteca,
Era cabelo com espelho,
Era alfinete com sabonete e
No final eu dava altas gargalhadas,
Aprendi cedo a rir de mim,
E que bom que foi assim, hoje
Vejo o que escrevi como flores
Que joguei por onde andei,
São árvores frondosas,
São versos, são prosas
De muitos momentos
Que levaram-me a sorrir.
Obrigada Senhor pelas flores que lancei,
Pelos livros que escreverei,
Pelos momentos que registrei e
Principalmente,
Pelo meu coração que a Ti entreguei,
Não fosse isso, eu não escreveria assim,
Tendo a escrita como minha vida,
Tendo o Senhor como meu Mestre
Ensinando-me a viver
Apesar das feridas.