Um poema passou em ligeiro vento
E tento seu resgate
olhando preguiçoso rio

Espio cores em dores águas
que meu rosto reflete
beirando um cio

Paridas horas, varam um desatino
longe, menino pula corda
batucando hino

Pareço ouvir as primeiras linhas
tão franzinas de rimas
tão meninas...

Alcanço primeiro verso perdido
Ouço um tempo de pássaros
num longo choro comovido

E música em meus ouvidos de ler
debruça às margens
dos molhados olhos

...É agora momento de escrever?
Ou poesia é só desenho
desse novembro
que te lembro?

Mirea
Enviado por Mirea em 21/11/2010
Código do texto: T2628783