Dor maior

A pausa do meu eu me fez desfalecer

Como um elevado em erosão.

Tudo foi abaixo,

Meu rosto abatido exibiu tristeza,

As lágrimas transbordaram

Uma lança cravou no peito,

Fez nascer à dor maior

E sem dó me maltratou,

Nem forças encontrei pra chorar.

De que adiantava mostrar-me?

Naquele momento queria ficar em forma transparente,

Assim ao menos evitaria olhares de piedade.

De que nos serve a razão, se não podemos mudar a direção?

Então me restou abster,

E no mistério enfrentei a perda com sapiência,

No íntimo queixei-me deste momento crucial.

Dor maior de ver o cessar da vida,

De presenciar a partida de quem amava

E tornei-me portador de saudades.

Tete Crispim
Enviado por Tete Crispim em 16/11/2010
Reeditado em 19/12/2010
Código do texto: T2619497
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