Papel em branco

Roubastes as estrelas do meu céu
E meus rios não sabem
em outros oceanos desaguar
Minhas cascatas temem as quedas
João de barro se trancou
E sua casa já não abre mais
O colibri calou seu beijos...
A lua mingua constantemente
Agita-se o mar já desde o horizonte
Na falta do sol que não se levanta
Nem há flor se abrindo
nem o trovador encontra
mais palavras...
As palavras ficaram mudas
inauditadas, inundadas
de uma saudade infinita ..
Nem vulcão lança suas chamas
Nem furacão a sua fúria..
Até as borboletas amarelas
andam com sorriso amarelado
voando sozinhas...
sem ter norte,
como os pobres passarinhos
e a floresta toda é silêncio
nela nem feras, nem vermes
se alimentam...
A vida parece contida numa
folha de papel em branco,
onde só as lágrimas fazem
seu percurso, caindo sempre no infinito
abismo dessa saudade!

Cristhina Rangel.
Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 07/11/2010
Reeditado em 22/11/2010
Código do texto: T2601335
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