(Finados) UMA LÁGRIMA CAI
Cada vez mais, vemos mortes acontecendo ao nosso redor.
Elas ocorrem de tal forma e com tamanha frequência que para muitos, tornou-se coisa banal, corriqueira...
Indivíduos assassinados, acidentados; sucumbindo à violência, às doenças, aos vícios e ao próprio egoísmo.
Alguns morrem sem partir, são “mortos vivos” que se arrastam pelas ruas da cidade, oferecendo perigo à população, lutando por uma sobrevida pouco digna, mas para eles, pouco importa, na maioria dos casos, o bom senso já se foi!
Independente da situação, todo ser humano tem uma origem, uma família, alguém que o ama e a quem deveria amar.
Para essa família, para esse alguém, este ser jamais deixa de existir, ainda que viva às margens da sociedade ou que tenha partido para o além.
Sua lembrança permeia o pensamento, despertando a vontade de abraçá-lo, ao menos por alguns instantes.
Desejamos uma máquina do tempo que possibilite uma oportunidade para fazer com que saiba o quanto sua presença significou em nossas vidas; para agradecer pelos sorrisos que alegravam nossos dias, pelos gestos, pelas palavras, enfim, pelo colo ou ombro amigo que, muitas vezes, nos ofereceu e esquecemos-nos de dizer: Obrigada!
Uma saudade imensa invade-nos a alma e escorre pelos olhos, molhando-nos o rosto.
O mesmo rosto, talvez um dia, tocado, beijado por este ausente, que muitas lágrimas nos enxugou, que por diversas vezes, nos amparou, nos confortou...
Mas a lembrança foi tudo o que restou!
Ninguém é totalmente insensível ou desprovido de afeto
Sendo assim, creio que no fundo,
No mais profundo do nosso ser
Haja um alguém representando essa ausência,
Essa saudade.
E para essa ausência
Que no meu caso
Encontra-se no plural
Digo:
É tão cedo!
Pendências ficaram...
Havia sonhos,
Fantasias,
Projetos e muito mais...
É tão cedo!
E as palavras não ditas?
Os sentimentos contidos?
É tão cedo!
Partiu sem previsão,
Assim, de supetão...
Viagem sem nenhuma preparação.
É tão cedo!
A dor corrói...
Como é doloroso
Sair de cena, sem razão!
Era tão cedo
E naquele dia
Seus olhos se fecharam
Tão de repente!
Tudo acabou,
A voz se calou,
Desfaleceu o coração...
Encerraram-se os impulsos,
Nem mesmo um passo,
Nada mais
Tampouco uma canção...
Era tão cedo
Por que se foi?
Havia tanto a se dizer!
É tão tarde
Pra tanta saudade,
Lamentos,
Arrependimentos!
Uma lágrima cai...