Partes
Preso entre espaço e tempo,
o medo me rouba o punhal,
a noite afaga-me a fronte,
domesticando-me, como animal.
Teimo em ser pura essência,
transceder, talvez levitar,
trilhar caminhos de pedras,
e sentir teu crepitar.
Como fogo, abraça-me e queima,
me faz ser ator ou poeta,
um som, uma musica, um poema
desde que a vontade não seja pequena.
Deixo-te, e parto no mundo,
com lágrimas despisto meus rastros,
levo você no coração,
no corpo, na mente,
e em inúmeros retratos.