TIA NANINHA

Bem pequenina,

E tão fragilzinha,

Sempre encolhida,

Era a Tia Naninha.

Encostada ao fogão,

Com as mãos bem quentinhas,

_"Vem, minha nêga,

Pega a canequinha".

No bule o café,

Na chaleira, a água quentinha,

E chamas que ardiam,

De lenha sequinha.

Minúsculas panelas,

Arroz bem branquinho,

Farinha de milho,

Molhada e torrada,

Pela Tia Naninha.

É hora de ir embora...

_"Vai não, minha nêga,

Fica mais um pouquinho,

Vou fazer café doce,

E bem gostosinho.

Amanhã você vorta,

Se a "Ceição" não se importa,

Pra ir comigo na roça,

Visitar a irmã Dina.

E já no caminho,

Da casa da Dina.

_Tarde seu moço!

_Tarde Naninha!

Caminho de terra,

E mata verdinha,

Protegia-nos do sol,

Colorida sombrinha.

E nos meus dez aninhos,

Franzina, magrinha,

Eu era ainda maior,

Do que a Tia Naninha.

Cresci... fui embora...

Pra uma terra não minha,

Deixei lá atrás,

Pra não ver nunca mais,

Minha Tia Naninha.

(Era a Tia Ana, uma figurinha muito especial em minha infância. Que saudades!) (Ceicão ea como a Tia chamava minha mãe, que tem hoje 84 anos).

Magnólia
Enviado por Magnólia em 24/10/2010
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