SAUDADES

SAUDADES

ESTOU À BEIRA DO RIO GUAMÁ

AH, QUANTA SAUDADE...

A MANSIDÃO DAS ÁGUAS BARRENTAS,

O VENTO SUAVE...

O BRILHO DA LUZ DO SOL SOBRE AQUELA MARÉ

MEU DEUS, QUISERA SER UMA AVE.

QUANTA VONTADE...

ESTOU NUM LUGAR CHAMADO POEMAR, DENTRO DA UFPA

E TENHO SAUDADE...

AH, EU FECHO O OLHAR;

SAUDADE EU SINTO DO QUE FICOU LÁ.

UM SUÍ VOA RASO AO LADO DE MIM

E O MEU PENSAMENTO VAI FUNDO;

PASSA UM AVIÃO QUE CORTA AS NUVENS COM SEUS MOTORES POTENTES

QUE ROMPE O SILÊNCIO DESSE MUNDO.

A NATUREZA DO RIO,

A NATUREZA DAS ÁRVORES,

A NATUREZA DE MIM;

TUDO É BELO, TUDO É POEMA

QUE NÃO TEM FIM.

O VENTO BEIJA AS FOLHAS DO AÇAÍ, QUE BAILAM JUNTO DO MERITI.

CRIANÇAS BRINCAM E MERGULHAM NAQUELE RIO IMENSO,

...INTENSO.

A MANSUETUDE DE TUDO QUE NÃO PARA UM SÓ MOMENTO,

E EU PERCEBO ESSA PAZ INQUIETA NO PEITO QUE ME É UM TORMENTO.

AH EU FECHO O OLHAR,

SAUDADE EU SINTO DE TODOS E DE TUDO DO QUE FICOU LÁ.

ABRIL/2004

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)