Compreender.
É difícil compreender os motivos que a saudade tem,
Se tudo foi tão doloroso, triste e com o gosto amargo de perder,
Tudo o que foi bom, nos leva ao medo e ao frio,
O sorriso puro se desfaz em lagrimas e solidão,
É difícil compreender a razão de toda a saudade,
Certos dias o cheiro dos cabelos “daquele anjo” invade as narinas,
O cheiro intenso do corpo dissipa-se pelo quarto,
E as lagrimas da saudade escorrem até o queixo,
O soluço rouco do adeus de quem esta com Deus,
O gosto doce dos lábios de veludo em pouco tempo cede lugar ao gosto amargo da solidão,
O que resta é levantar acender um cigarro e continuar a vida,
E é tão difícil quando no metrô aquela moça que entra é tão parecida com alguém,
O corpo treme e a saudade traz consigo aquele medo e revolta,
Olhos nos olhos e a moça percebe o quanto mexeu contigo,
Fica sem graça e olha pra baixo,
E a curiosidade faz com ela diga bem baixinho:
-Oi...
Você respira fundo e diz; -Oi Ange... Aborta a frase e não diz nada...
A estação chega e você desce sem nem olhar para trás,
Num falso adeus você deixa o passado dentro no metrô...
E então você percebe que a saudade é um complemento de amar,
E que o adeus é o fim do medo.