Quando acordava criança
olhos de ti procuravam por mim
pela horta, à porta da nona,
e pelo dia me seguiam inocentes
como branco amor-perfeito
colhido às mãos pequenininhas,
Trazias manhãs em suas patas
e sono às tardes quentes
Ah, querido tomba-latas...
quantas sombras da amoreira
ouviu-me em segredos
confessar-te grandes medos...?
Tínhamos mesmo tamanho e riso
até aquela madrugada fria
quando levantei-me envelhecida
a procura de ti...[ouvi um tiro?]
chorei teu nome entre goiabeiras
Até achar-te sem vida...
Sem mais idas companheiras.
Bem sei dor do punhado de terra
que segurei entre dedos...Que ruiu
soluços de pedaço de mim
que àquele dia, contigo partiu
- Foto de 1968.
Eu e meu querido Faísca, parceiro inesquecível da minha infância.