A SAUDADE E SEUS REFLEXOS
(Sócrates Di Lima)

 
Pus a mão no peito,
E senti o coração bater.,
Um pulsar perfeito,
Era ela em eu acontecer.
 
Poderia chamar de saudade,
Do ontem, do hoje e do sempre intermitente,
Tons líricos da felicidade,
Que toca e retoca contente.
 
Pus a mão no peito que cresceu,
Não mais senti só o meu coração bater.,
Já era o coração dela misturado no meu,
Como se eu não pudesse saber.
 
Quis gritar para espantar a tristeza,
Que se carregava sem eu saber.,
Quis sufocá-la com sutileza,
Mas a tristeza me fez merecer.
 
Por onde andava a alegria,
Quis muito saber.,
Descobri que era a saudade que crescia,
Na distância que o corpo não pode querer.
 
E quando o dia amanheceu,
Já não era mais só o coração que batia.,
Era o corpo todo que estremeceu,
Com a saudade de Basilissa que mais e mais crescia.
 
Quis correr ao encontro dela,
Mas, as pernas não obedeceram.,
Então a saudade ficou com ela,
E eu com as minhas que emudeceram.
 
Mas, quem ama espera com ansiedade,
O regresso do corpo que em viagem partiu.,
Deixando tão grande saudade,
Que do coração, o corpo todo sentiu.

A saudade é como uma janela aberta,
Onde a gente vê a cortina esvoaçar.,
Não vê a saudade mais, ela é certa e afeta,
O corpo e o coração sem se notar.

É uma sensação que chega a doer,
Que tem um nome tão peculiar.,
A saudade torce o coração sem se perceber,
Como querendo do peito arrancar.
 
São alterações metabolisticas imediatas,
De sentimentos intensos e tão complexos.,
Que toma conta do coração nas medidas exatas,
É a saudade de Basilissa, sem freios, e com reflexos.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 29/09/2010
Reeditado em 29/09/2010
Código do texto: T2527574
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