fora da estação

não me avisaram que você iria embora
não me disseram que rumo você pegaria
o que eu faço com essa placa em minhas mãos
se não há ninguém para lê-la?

queria um cobertor quente
inflamado de amor
do mais puro irmão
do mais quente cesto de coisas boas

não me faça chorar por você ter ido embora
não quero mais viver assim
não me faça crer que não posso ser feliz
quando a tua passagem pela minha vida me faz crer que serei um homem de sucesso

garota que não mais se lembra de mim
como alguém que passou e apenas passou
como alguém que nunca te deu a mão
ou sequer te beijou

faça um esforço e me traga de volta
porque eu ainda lembro tanto de você, velho pai?
não quero te chamar mais
não quero te levar para o meu leito de morte

amada menina minha e eterna deusa de meus sonhos
não vejo mais humanidade por ai
como alguém pode me ajudar?
como você pode me esquentar de novo em teus braços gordos que tanto amei
éramos o que éramos
somos os de hoje
e sempre estarei em você

fora de mim
fora do mundo
perdido como um bebe descalço
sem você pra me amar
sem você pra me repetir
sem você pra me comparar ou em mim reparar

o que eu faço se te ver por ai?
você mudou e eu também
o que eu faço se eu te ver por ai
vou dizer que nosso amor é impossível e intragável
vou dizer que não posso mais te dar amor
por eu já ter envelhecido 10 anos a frente do que eu deveria estar?

o que eu vou fazer
se não há a mera perspectiva de te ver?
não se assuste
mas você ainda me vê
e por favor, com amor,
fale bem de mim
e nas tuas orações noturnas
perdoe meus erros.

Obrigado.
te amo.
Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 30/09/2006
Reeditado em 30/09/2006
Código do texto: T252717