SAUDADE TAMBÉM É AMAR
(Sócrates Di Lima)

O meu olhar distante não se perde no vazio,
absorto navega na penumbra do consciente.,
Entre a névoa que envolve a alma num silenciar tardio,
Ouvindo em espasmos a saudade envolvente.
 
Fecho os olhos de saudade,
E entre os dedos escorrem o que a alma pensa.,
E busca o longe e traz para perto  na velocidade,
O que a mente encontra a saudade nela por recompensa.
 
Um olhar ao longe me desperta,
Quando a noite chega e o silêncio se queima,
Na saudade dela que me toma num alerta,
E o tempo aumenta quando a distância teima.
 
É a saudade dela que me mareja,
Corre pelas veias como vulcânica lava.,
E nos poros da alma goteja.,
Num alegre suspirar que da tristeza se salva.
 
Quando silencia a voz que canta minha saudade,
Silencia o peito que voa ao encontro dela.,
Na harmonia de um grito de felicidade,
Faz a saudade voar e vir com ela.
 
E quando mansamente se derrama neste peito,
Espalha-se e se deleita como corpos numa cama.,
Chama em gritos silenciosos  do seu jeito,
Acende a pira que faz esta saudade em chama.
 
Saudade de Basilissa que me pega,
Não tem dia nem tem hora para me tomar.,
E nela me banho em ouro e minha alma se entrega,
Só para saber que sentir saudades também é amar.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 28/09/2010
Reeditado em 28/09/2010
Código do texto: T2526612
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