Lembranças... apenas

Absorto em meu quarto olhando o teto,

Vem-me as lembranças, eu menino.

Um garoto mui peralta e irriquieto

Com meus pais e meus irmãos bem pequeninos.

Quanta saudade eu sinto agora,

Dos amigos tão sinceros de infância,

Das conversas inocentes de outrora

Que eram puras... sem inveja e sem ganância.

Lembro com saudade dos amigos,

Hoje alguns bem sucedidos... outros não,

É que alguns a desventura traz consigo,

E os esforços mesmo muitos são em vão.

Da pracinha onde outrora ali sentado,

Os adolescentes se tratavam como irmãos,

Os mais velhos organizavam um "carteado"

E mais pessoas tinham Deus no coração.

Como o tempo é cruel em nossas vidas,

E eu sonolento nesse quarto a lembrar,

Dos momentos e das pessoas tão queridas

Que da memória o tempo teima em apagar.