Ósculo - Veredas
túmidos e voluptuosos
lábios marcam no gesto
impetuoso do silencioso
epicentro daquele rosto
dantes era um cativeiro
inerte do vácuo no ego
dominado esse o ribeiro
que escorria no sossego
época turva das fábulas
no refúgio épico do elo
do senil pesar da cúpula
daquele espírito singelo
nas margens do pensar
passa um tempo isento
da folia ingênua no mar
do riso resgate do jeito
o ósculo epônimo eclodiu
no espaço vazio da alma
no senso abstrato do vil
nessa permuta da calma
pasmo fenômeno encerra
com um beijo na carência
o débil passado de guerra
no imo de uma existência